Um eclipse é um fenômeno celeste que caracteriza o
ocultamento do Sol ou da Lua. Podem existir eclipses lunares e solares.
Normalmente acontecem, em média, 5 ou 6 eclipses por ano. Existem eclipses mais
ou menos “importantes”, tanto do ponto de vista simbólico (astrológico) quanto
astronômico. O eclipse solar de agosto de 1999, por exemplo, foi considerado
muito importante, em ambos os aspectos. Os eclipses do ano de 2000 já são de
menor impacto físico e simbólico.
Há milênios os eclipses são considerados mensageiros de
mudanças, crises e calamidades. Eram temidos e rituais eram realizados para
exorcizar seus “efeitos” maléficos. Os caldeus descobriram um método de cálculo
de eclipses futuros que funciona muito bem até hoje. Dividiam os eclipses por
séries, denominadas Séries Saros, sendo que cada uma detinha um simbolismo
especial e um certo tempo de duração.
Os eclipses podem ser parciais, totais ou anulares,
dependendo do grau de obscurecimento do astro em questão. Em 1999, o eclipse
solar visto pelos europeus foi total, já que o Sol ficou coberto por 3 horas em
ampla faixa visível na Europa. Na observação de um eclipse, também é importante
verificar se ele acontecerá próximo do nodo sul ou norte do ponto matemático
denominado Cabeça e Cauda do Dragão.
Hoje em dia, os astrólogos observam principalmente se
um eclipse irá ativar esta ou aquela área da carta astrológica de um país ou
chefe de governo, para avaliar possíveis eventos críticos naquele período. Do ponto de
vista individual, os eclipses anunciam mudanças e crises nos setores em que
existem soluções precárias. Assim, nas vésperas de um eclipse, cerca de uma
semana antes, ocorrem eventos que um astrólogo experiente sabe distinguir se
têm ou não relação simbólica com os fatos vividos pela pessoa.
Os eclipses lunares
sugerem alterações necessárias na área de condicionamentos, hábitos e se
relacionam com a dimensão familiar e emocional. Os eclipses solares sugerem
eventos transformadores para quem detém o comando e o poder de uma empresa ou
governo, identificando ações que devem ser realizadas para iniciar novos ciclos
de atividade. Os eclipses lunares se reportam a assuntos do passado, enquanto
os solares aos temas do futuro. Os primeiros dizem respeito mais às mulheres e
ao povo, enquanto os solares têm mais relação com os homens e com o poder constituído.
O simbolismo de um eclipse depende do lugar em que
ocorrer na carta (as casas angulares são sempre mais importantes), além da
conjunção com estrelas consideradas fortes e a proximidade com outros planetas.
O tempo de duração desse simbolismo varia de um eclipse para outro e de um tipo
para outro. Assim, um eclipse solar em signos fixos, como Leão ou Aquário,
tende a durar mais tempo, em termos de suas “conseqüências simbólicas”, do que
em signos cardinais, como Libra ou Câncer. Um eclipse lunar tem uma validade
simbólica de tempo em meses igual aos minutos em que durar. Nos eclipses
solares, a correspondência é entre horas e anos.
Vejamos o que nos informam Chevalier e Gheerbrandt em
seu “Dicionário de Símbolos”:
O eclipse na qualidade de fenômeno que marca uma
desaparição, um ocultamento acidental da luz, é quase universalmente
considerado como um ocorrência dramática.
É um sinal de mau agouro, que anuncia acontecimentos funestos: este é o caso no
antigo Egito, como também nos países árabes, embora uma crença semelhante
pareça dificilmente compatível com os ensinamentos do Profeta; mesmo caso na
China... Somente os cambojanos, ao que parece, interpretam o eclipse num
sentido favorável ou desfavorável, conforme o modo como se produz. Existem
prescrições canônicas no Islã, e há cerimônias búdicas, por ocasião dos
eclipses. Eles são com freqüência relacionados à morte, significam a morte do astro. Acredita-se que o astro
seja devorado por um monstro (o Rahu hindu, que é também Kala, o glutão). Em
chinês a palavra eclipse e a palavra comer exprimem-se pelo ideograma: a Lua é
comida por um sapo.
Entretanto, e sempre no caso dos antigos chineses, esse
desregramento cósmico encontra sua origem num desregramento microcósmico, a saber: o dos imperadores ou de suas
mulheres. É uma dominação do yang (macho, luz) pelo yin (fêmea, obscuridade).
Convém (e este é também um ponto de vista amplamente aceito) socorrer o astro
em perigo ou extraviado: restabelece-se a ordem cósmica através do
estabelecimento da ordem terrestre. Por exemplo: pondo-se vassalos numa formação
quadrada a atirar flechas para o céu, seja contra o monstro devorador, ou seja
como oblação (oferenda aos deuses); ou ainda contra a Lua (yin) que está
eclipsando o Sol (yang).
De um modo geral, o eclipse apresenta-se como o
anunciador de desregramentos cataclísmicos no final de um ciclo, que exige
intervenção ou reparação, com vistas a preparar a vinda de um ciclo novo; isso
seria a liberação do astro engolido
pelo monstro
No antigo Peru, havia quatro explicações para os
eclipses considerados, sem exceção, como um fenômeno de mau agouro (um eclipse
solar estaria incluído entre os sinais que anunciaram a chegada dos espanhóis e
o desmoronamento do Império dos Incas);
a)
segundo a mais antiga das crenças, um monstro (jaguar
ou serpente) devora o astro;
b)
b) o astro está enfermo e morre;
c)
o Sol esconde-se, por estar encolerizado contra os
homens;
d) a teogamia Sol-Lua realiza-se. Os dois astros se
unem, tendo a Lua seduzido e dominado o Sol. Situação correspondente à
observada na tradição chinesa: o yin sobrepõe-se ao yang.
Por seu turno, a Enciclopédia
de Astrologia, de James Lewis, nos informa no verbete “Eclipse”, entre
outras coisas:
Tradicionalmente, a
influência dos eclipses totais ou parciais é vista como negativa, pressagiando
fome, guerra, etc. Da mesma forma, com relação a mapas natais, a interpretação
tradicional é de quem um eclipse exerce uma influência maléfica,
particularmente se incide num planeta natal ou ângulo, ou se está próximo de um
deles (variação de 5°). Os astrólogos contemporâneos tendem a considerar que os
eclipses indicam ênfase ou crise nos assuntos relacionados à casa na qual
ocorrem. Por exemplo: se um eclipse ocorrer na 2ª Casa de uma pessoa, esta pode
ser compelida a cuidar de questões financeiras. Se ocorrer próximo a um planeta
natal (variação de 5°) ou diretamente oposto a ele, a crise será importante e
colorida pela natureza do planeta(s) envolvido(s).
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