quarta-feira, 14 de novembro de 2012

QUINCÚNCIO



Catherine Aubier – “Dicionário prático de Astrologia”
Aspecto planetário menor, de 150°. A orbe admitida, como para os outros aspectos menores, é de mais ou menos 2°. Sua influência é neutra; o quincôncio “coloca a questão” do eventual entendimento entre dois Planetas. É um aspecto evolutivo que se relaciona freqüentemente ao livre-arbítrio.

James R. Lewis - Enciclopédia de Astrologia – Ed. Makron – p. 449
Quincunce é um aspecto menor de 150°. O efeito de um quincunce é comparativamente fraco. Até recentemente, com exceção de configurações de duplo quincunce (yod), os quincunces receberam pouca atenção. Sua influência era geralmente vista como medianamente favorável, como um semi-sextil, mas os intérpretes mais recentes vivem-nos como uma fonte de estresse, exigindo mudança e ajuste nas áreas do mapa que afetam.

Vitorino de Souza – “Dicionário de Astrologia” – p. 78
Quincâncio (150°)
O mesmo que quincôncio, quincunx ou inconjunção. Quando duas posições astrológicas estão separadas por 150° respeitando uma orbe de 3°, ou seja, de 147° a 150° se for um Quincúncio Aplicativo; de 150° a 153°, se for Separativo. Este Aspecto indica um forte fluxo de energia entre as dimensões da vida por elas simbolizadas, o que fará com que nos sintamos pressionados duma forma compulsiva e insistentemente perturbadora. Impõe-se uma destrinça entre os dois factores envolvidos antes de obter a libertação dessas compulsões, pois parece que para a sua expressão satisfatória, dependem um do outro. Assim, poderá ser difícil exprimir um dos impulsos, sem ter de enfrentar o outro. Logo, em fez duma radical divisão interior, deve optar-se por um ajustamento da perspectiva pessoal às áreas envolvidas.

Marion D. March & Joan McEvers – “Curso básico de Astrologia”, vol. I, p.67
Indica      Ajustamento
              Reorganização
              Falta de perspectiva
              Pressão
O quincunce envolve dois planetas, tendo entre si uma distância de 150° ou 5 signos. A órbita permitida é de 5°. Neste aspecto, os signos envolvidos não tem nenhuma relação um com o outro. Não são da mesma qualidade nem do mesmo elemento, nem são ambos ativos ou passivos. Não tendo nada em comum, é muito mais difícil integrar essas forças, e esse aspecto requer muitos ajustes. O quincunce exige uma mudança de atitude, uma mudança de padrões e hábitos e uma necessidade de se ajustar às condições indicadas pelos planetas e pelas casas em questão. Muitas vezes, a saúde e/ou as finanças estão envolvidas de alguma forma.
O quincunce envolve Áries/Marte e a 1ª Casa e Virgem/Mercúrio e a 6ª Casa, ou Escorpião/Plutão e a 8ª Casa. Áries rápido, impulsivo precisa lidar com Virgem exato, estudioso e pé-no-chão em assuntos relacionados com dever, trabalho, saúde ou hábitos (6ª Casa). Algum tipo de ajuste é necessário para alinhar essas atitudes diferentes. No outro lado da roda, Áries/Marte/1ª Casa precisam lidar com Escorpião penetrante, determinado e demasiado sensível em assuntos relacionados com os recursos dos outros ou com áreas de pesquisa e regeneração. Os dois exemplos mostram duas naturezas muito divergentes. São necessários uma perspectiva clara e algum tipo de reorganização antes que esses Signos possam funcionar bem em conjunto. Você pode ver que o quincunce é um aspecto desfavorável que pode produzir tensão e pressão porque é sempre um aspecto entre energias divergentes. (p.70/71)

Marion D. March & Joan McEvers – “Curso básico de Astrologia”, vol. II, p. 92
Sobre a ausência de quincunce num mapa natal: As pessoas sem quincunce no mapa nem sabem o que significa se ajustar às necessidades ou desejos dos outros. De vez em quando podem sentir remorsos ou desconforto, como se soubessem que se espera algo delas, mas não sabem exatamente o quê, porque basicamente só pensam em seus próprios sentimentos. Alguns bons exemplos são o artista francês, Maurice Chevalier, o vidente Edgar Cayce, os atores Montgomery Clift e Orson Welles, o escritor Jess Steam e o diretor Alfred Hitchcock.

Joanne Wickenburg – “Um guia do mapa astral” – p. 138/139
O aspecto disjunto [quincunce] é considerado por alguns como sendo apenas um aspecto menor. A observação pessoal me leva a crer, no entanto, que sua influência merece mais consideração do que a que lhe foi dada. É um aspecto de AJUSTAMENTO, que exige adaptabilidade devido a complicações ou mudanças imprevistas. Quando dois Planetas se acham num aspecto disjunto ou em quincúncio, o planeta mais lento, devido às experiências com as quais se depara na Casa onde se encontra, causa frustração quanto à realização dos objetivos do planeta que se move mais rápido. Isso não sugere que o aspecto disjunto seja negativo, mas sem que demanda constantes ajustamentos ao rumo da vida. Ele pode ser considerado excitante, uma vez que se desenvolveu a adaptabilidade. Mesmo que você não consiga chegar aonde inicialmente planejou levar sua vida, o resultado final vai ser brilhante.
Para ter uma compreensão mais global da importância do aspecto disjunto, imagine que você está se preparando para percorrer dois quarteirões de distância. Existe ali uma casa que você deseja olhar. No momento em que você se põe a caminhar em direção à casa e, quando alcança um ponto onde já está quase perto de seu destino, percebe que há um declive que o impede de prosseguir. Este declive não estava visualmente evidente até você começar sua jornada. Suas percepções, graças às limitações do olho humano, não puderam avisá-lo do desvio que seria preciso fazer a fim de alcançar seu destino.
Enquanto você está fazendo o desvio, distrai-se com algo que o incita a pôr de lado seu plano original de ir àquela casa. Você é convidado a olhar noutra direção. É algo perturbador? Sim. Desconcertante? Certamente. Frustrante? Às vezes. Porém, ao olhar noutra direção, distante da casa que inicialmente queria ver, você encontra algo ainda mais excitante. Talvez, o que chama sua atenção seja uma nova casa que você nunca viu antes. É algo que nunca teria descoberto se não tivesse tentado, de algum modo afastar-se da casa.
Esse tipo de experiência é o que se pode esperar do aspecto disjunto. Você nunca realmente sabe para onde vai enquanto não tiver saído em busca de algo mais. O Planeta mais rápido, por meio da Casa e do Signo que ocupa, descreve as condições que o fazem pôr-se em movimento. A Casa oposta ao Planeta mais rápido representa o destino original. O Planeta mais lento, pela Casa e o Signo que ocupa, representa o transtorno ou os acontecimentos que o forçam a fazer um desvio.

Joanne Wickenburg – “A espiral da vida”
Quando Crescente ð Há uma necessidade de desenvolver técnicas exteriores. A atividade real de seu planeta mais rápido ainda não está alinhada com as metas do mais lento. Você pode estar se afastando de uma imagem ou padrão antigo estabelecidos no passado, pois eles não se harmonizam com essas metas. Aqui, você deve decidir conscientemente a continuar a fazer os ajustes necessários na função do planeta mais rápido no mundo exterior, para que ele possa atuar em condições mais amplas em relação aos outros.
Quando Minguante ð Você está saindo de algum tipo de satisfação ou revelação para compartilhá-la com os outros ou para vivê-la. Ou está se afastando de alguma coisa que se dissolveu mas ainda não encontrou uma direção. Você precisa conscientemente desistir de algo pessoal com respeito ao planeta mais rápido para permitir que outros vejam aquilo que lhe é significativo. Precisa encontrar uma direção e buscar os potenciais mais completos definidos pelo planeta mais lento. Ao agarrar-se a alguma coisa, você pode estar tentando controlar os outros através da função do planeta mais rápido e, se for o caso, ela provavelmente será afastada.

Alan Oken – “O horóscopo: sua viagem astrológica” – p. 211
Quando dois Planetas estão colocados de maneira a formar um ângulo de 150°, é dito que estão inconjuntos. Este aspecto se situa exatamente a meio caminho entre o trígono e a oposição, descrevendo uma condição de energia que nem flui de maneira inteiramente harmoniosa na vida de uma pessoa e nem desafia exatamente os recursos dessa pessoa. Assim, podemos dizer que este ângulo provoca certa confusão e tensão nas áreas de vida indicadas por seu posicionamento no mapa natal.
O falecido “Patriarca astrólogo” de San Francisco, Gavin Arthur, colocou uma tremenda ênfase neste aspecto, em seu trabalho, a ponto de conceder-lhe um orbe de 7°. Verifiquei que orbes de até 4° são operáveis mas, após cuidadosa reflexão, devo concordar com Arthur, no referente à importância que deve ser conferida a este freqüentemente mal compreendido e ignorado aspecto. Demasiadas inconjunções em um mapa natal podem resultar em um indivíduo algo instável, alguém que, ao executar suas tarefas, com freqüência as deixa incompletas ou com muito a desejar. Trata-se de um aspecto tipo “gangorra”, por vezes funcionando harmoniosamente para um indivíduo e então, de repente, invertendo seus efeitos. Gavin Arthur categorizou certas características deste ângulo, denominando-o “o aspecto neurótico”.
Podemos valorizar a inconjunção pelo relacionamento existente em A/F e A/Escorpião. No primeiro caso, a liberação inicial de energia dos planetas em questão (A) deve ser cuidadosamente moldada e purificada, através do uso no serviço prestado aos outros (F). No 2º caso, esta liberação de energia (A) deve transformar-se em um nível mais elevado de manifestação [Escorpião], de maneira que possa ter lugar um desenvolvimento ulterior.
O Dedo do Destino acontece quando um planeta forma quincunce com dois outros, e estes sextil entre si. Ele aponta o caminho para alguma tarefa especial na vida, a qual pode ser grandemente benéfica para a evolução do nativo, se a situação for manipulada com sabedoria. (p. 271)

Hélio Amorim – “Curso de interpretação astrológica” – vol. 11 – Teoria geral dos Aspectos (Parte A)
QUINCÚNCIO (150°)
O quincúncio, aspecto de 150° traz os meios e a oportunidade para um enfocamento mais específico e prepara a etapa final do primeiro hemiciclo de atividade, o aspecto oposição.
Este aspecto mostra a possibilidade de relacionar, de geral, filhos, de trabalhar, de organizar e planejar. O quincunce liga influências entre signos que não têm simpatia, afinidade, por serem de elementos que não se combinam entre si e, portanto, funcionam sob grande tensão e esforço. O quincúncio tem as qualidades desses Signos das Casas VI e VIII e dos Planetas Mercúrio e Plutão (e seu correspondente Marte). O quincunce, portanto, implica as circunstâncias associadas com essas Casas e a dinâmica desses planetas.
A palavra-chave é expansão, organização, penetração.
Não há prazer nem sofrimento neste aspecto; ele meramente representa uma situação de potencial. Os dois Planetas envolvidos representam duas forças que juntamente oferecem uma oportunidade para o crescimento e a expansão.
Este aspecto diz respeito aos efeitos produzidos por um grande esforço: ele transborda ou na Casa VI, onde as obrigações sociais são executadas para satisfação pessoal, ou na Casa VIII, onde as obrigações são feitas em benefício dos outros.
Todos os Signos e suas correspondências reagem especialmente a partir de seus opostos. Por isso, nós determinamos que o quincúcio é produto de F e Escorpião. Ele implica responsabilidade, carga e obrigação. A pressão e a tensão produzidas pelo quincúncio podem ser diminuídas, mitigadas pela compreensão, acordo, ajuste e equilíbrio que é a natureza essencial de G, que se opõe a A. Dividir, compartilhar e dar parece ser a única solução para o dilema colocado pelo quincunce. É mais servir do que ser servido. As únicas alternativas são os resultados negativos e algumas vezes resultados trágicos de uma saúde não muito boa.
Uma predominância de quincúncios indica uma necessidade de constante desenvolvimento e regeneração das condições existentes (Sakoian).
O quincunce, ângulo de 150°, aspecto menor, é influenciado pelas Casas naturais VI e VIII, como vimos. O quincúncio, através de sua relação com Escorpião, freqüentemente traz o término das antigas condições em preparação para uma nova partida, um novo início e transmutação de energias. Ele exige constante aperfeiçoamento e regeneração das condições existentes. Através do seu relacionamento com F, ele concerne à saúde, ao trabalho e as metodologias detalhadas.
Freqüentemente, o quincunce traz uma situação onde alguém é impedido pelas circunstâncias, além de seu controle pessoal.
Sobre o quincunce diz Stephen Arroyo: “os Planetas que fazem um ângulo de 150° indicam, muitas vezes, um forte fluxo de energia entre as dimensões de vida simbolizadas, mas o indivíduo pode sentir que a experiência dessas energias é demasiado compulsiva ou insistentemente perturbadora. Quase invariavelmente existe uma necessidade de agudo destrinçamento como processo de obter a libertação dessas compulsões, e de alguma forma de disciplina que ajude discretamente a pessoa a transformar-se nesta área. Parece, com freqüência que para a sua expressão os dois fatores envolvidos dependem um do outro e, assim, a pessoa acha difícil exprimir um dos impulsos ou satisfazer uma das necessidades, sem também enfrentar a outra energia. Por isso, para destrinçar isso se exige assumir mais a forma de sutil ajustamento da perspectiva pessoal aquelas áreas da existência do que uma tentativa para forçar uma radical divisão interior e uma total ruptura com os modelos do passado”.




Marion D. March & Joan McEvers – “Curso básico de Astrologia”, vol. I, p. 98
O yod
O yod consiste em dois Planetas em sextil entre si e em quincunce com um terceiros Planeta. Em qualquer yod, o Planeta que recebe os quincunce torna-se o ponto focal, enquanto a oportunidade para tanto ficam com os 2 planetas em sextil. O problema do yod é que ele geral, com freqüência, um pensamento indisciplinado. No final, entretanto, o “dedo” acaba forçando o nativo a tomar uma atitude. Como agora estamos lidando com um envolvimento da 1ª com a 6ª ou da 1ª com a 8ª Casas, é preciso empreender uma ação pessoal (1ª Casa) através do exame dos padrões de hábitos mentais e físicos (6ª Casa) e do padrão de desejo emocional (8ª Casa). Se não se efetuarem mudanças, ajustes e reorganizações, a pessoa pode ter problemas mentais, emocionais ou de saúde. O conhecimento [Virgem/6ª Casa] e a compreensão psicológica [Escorpião/8ªCasa] representam a melhor solução.

Martin Schulman – Vênus, a dádiva do amor – p. 36
Em geral, atribui-se ao quincunce, ou aspecto de inconjunção (150°), uma conotação Virgem – Sexta Casa, Escorpião-Oitava Casa. A origem desse aspecto é bastante interessante, por revelar muito sobre a forma como tem sido interpretado.
(...)
Se a pessoa estiver disposta a trabalhar, prestar serviço ou esforçar-se para conquistar a ordem (Virgem – 6ª Casa), poderá operar as transformações (Escorpião - 8ª Casa) que dão origem às sementes do novo ser incipiente (Aries – 1ª Casa).
O que chama a atenção para a necessidade de regeneração é a tendência desse aspecto a criar dificuldades frustrantes, situações de discórdia e uma sensação geral de dissonância. Entretanto, nem todas as pessoas sentem o quincunce dessa forma. Na verdade, a própria descrição desse aspecto como um derivação dos signos de A (onde Vênus está em detrimento), de Virgem (onde Vênus está em queda) e de Escorpião (onde Vênus está em oposição à sua regência em Touro) retrata com mais propriedade o que é a vida quando o amor está ausente!
Se quisermos entender a verdadeira natureza do quincunce, precisamos examinar como um todo a configuração “Yod”, da qual cada aspecto é apenas uma das partes.

A Configuração Yod
O Yod é um dos mais fascinantes aspectos da astrologia. Ele combina um sextil harmonioso com dois quincunce, criando dessa forma um triângulo. É denominado muitas vezes, “Dedo do Destino” ou “Mão de Deus”. As energias harmônicas dos 2 planetas que forma o sextil entre si passam através dos 2 quincunce em direção ao ápice do triângulo.
O mais tênue esforço







O mais tênue esforço para aproveitar a oportunidade, por meio do sextil, é recompensado no ponto C, quando as dificuldades inerentes aos quincunces passam a ser auxiliadas pela harmonia cósmica de forças externas. A compreensão da maneira como essas forças podem fluir suavemente pela vida da pessoa tem mais relação com sua capacidade de viver a felicidade do que a absorção da mente com o ego (1ª Casa), origem tradicional do quincunce.
Dessa forma, fica fácil ver por que o quincunce, em si, tem sido interpretado como um aspecto difícil. O predomínio da qualidade marciana (1ª Casa e 8ª Casas) faz do ego um obstáculo ao potencial individual de interação cósmica.
Contudo, se entendermos este aspecto como parte da configuração Yod total (que estimula a atuação individual em conjunto com as forças externas), constatamos que o quincunce é um canal positivo de energia, por onde se manifesta a harmonia universal.
Quando a pessoa aprende a fluir com as forças cósmicas que norteiam sua vida, descobre (para grande surpresa de seu ego) que não está sozinha, que é uma parte ligada ao todo. Suas preces, seu empenho, seu esforço sincero concretizam-se quando ela permite à “Mão de Deus” entrar em sua vida, elevando-a acima das dificuldades e colocando-a no rumo que sua vida deveria tomar. Assim, ocorre uma intervenção divina por meio do Yod, na medida em que a pessoa aprende a submeter seu ego ao fluxo cósmico da harmonia universal.
O Yod de Vênus
Se a configuração Yod parece conferir à astrologia o senso místico de uma ordem superior, é ainda mais notável a forma de ocorrência do Yod no zodíaco natural.
Os 3 posicionamentos mais harmônicos de Vênus estão em Libra (regência positiva), Touro (regência negativa) e Peixes (exaltação). A partir daí começa a revelar-se um grande mistério, quando descobrimos que Peixes e Touro, ao mesmo tempo em que estão em sextil entre si, formam quincunce com Libra. Dessa forma, a configuração do Yod, ou “Mão de Deus”, acontece no zodíaco natural através das regências de Vênus!
Entretanto, o que surpreende ainda mais é que o Yod nunca acontece no zodíaco natural através das regências de qualquer outro planeta, e tampouco aparece naturalmente em quaisquer outros signos além de Peixes, Touro e Libra – as 3 áreas do mapa onde o amor é o ponto focal primário da existência.
As lições do quincunce tornam-se claras quando estudamos o Yod de Vênus, pois elas simbolizam o que o homem precisa aprender, se quiser perceber a essência do amor que o coloca acima de suas dificuldades, no rumo certo e com a vida dirigida pela “Mão de Deus”.
Assim, é o significado do Yod de Vênus que revela ao homem o verdadeiro propósito da vida. Ele começa a descobrir que seu maior poder não é absolutamente o poder, e sim o amor gerado pelo poder. Quando aprende a fazer desse amor sua razão de vida, ele entra num novo caminho que aponta, como a agulha da bússola, para a única verdade real capaz de satisfazê-lo.

Bernd A. Mertz – O esoterismo na Astrologia – p. 94
Bem diferentes são os caminho que, no nosso mapa, estão indicados pelo aspecto do quincunce; são caminhos que levam ao amadurecimento, ao centro, à autonomia. São quase sempre caminho que, metaforicamente, estão sob a neblina. Não existem neles indicadores exatos, e as dificuldades não estão assinaladas; não há clube automobilístico que possa ajudar nos preparativos. Tudo aqui depende de um bom instinto, que é simbolizado por Netuno.
Nesse caminho, que passa através da selva do nosso próprio labirinto, nos deparamos muitas vezes com os monstros que habitam o nosso interior e que nos seduzem. Isso nos faz desviar rapidamente do caminho, atraídos pelo pomar do vizinho ou acreditando nas promessas de algum charlatão que se diverte em nos enganar. Aqui o lema é estar desperto e desenvolver a intuição. Os sonhos devem ser tabu, porque, na melhor das hipóteses, são imagens de uma Fada Morgana, que nos faz crer que já atingirmos o objetivo visado. Corremos igualmente o risco de termos passado, há muito tempo, do alvo sem tê-lo percebido por havê-lo imaginado completamente diferente. Ter desejos é, portanto, perigoso, do mesmo modo que ter apenas um raciocínio frio. Este nos impediria de trilhar esses caminhos, por serem pouco práticos e muito custosos. Mas eles levam a mundos primevos, que os outros não conhecem senão por lendas. Assim, querendo vencer nessa trilha, é necessário empregar as antigas faculdades do fato, do instinto e até da inspiração; com freqüência se exigirá também certa clarividência, porque a escuridão e as trevas podem descer repentinamente, e não devem nos deixar desamparados.

Palden Jenkins – Vivendo no tempo – p. 141
O quincunce crescente está intimamente ligado ao processo da oposição. Aqui, o desconhecido se manifestam – começam a acontecer coisas, desenvolvem-se matizes íntimos que não tinham sido pedidos, e pode haver certa dificuldade para fazer com as coisas se juntem. Quando em quincúncio, os planetas tendem a manter um não-relacionamento – não chega a ser um conflito – e um deles tende a dominar a situação, enquanto o outro se manifesta por canais secundários, de modo furtivo ou inconsciente. se estamos acompanhando o fluxo das coisas e conseguimos aceitar o fator desconhecido em nossa vida, confiando nele, coisas notáveis podem acontecer: aqui, o desafio é ser ativamente, esperar para ver, deixar acontecer aquilo que vai acontecer e participar positivamente disso quando acontecer. Se temos metas e expectativas rígidas (pode ser uma identificação com um dos planetas), então entram em jogo outros fatores, o que às vezes pode nos confundir ou atrapalhar.
Esta é grande ciranda cósmica: se estamos inseguros e com dúvidas, perdemos o caminho; se nos abrimos interiormente, as coisas funcionam, podendo se revelar com o tempo, geralmente na oposição. O quincúncio produz uma crise de perspectiva e de confiança! Às vezes, as questões maiores são invisíveis ou incompreensíveis, de início, mas estão lá, e temos de agir com confiança no processo de vida: um conhecimento inato de que, não importa o que aconteça, tudo estará bem.
O quincunce minguante é outro lampejo do grande desconhecido. Desta vez, porém, em vez do desconhecido se impor ao conhecido, este procura encontrar um lugar no ainda-desconhecido. É como procurar um emprego, ou a viagem que antecede a chegada do destino, ou fazer uma oferta por alguma coisa. Aqui, precisamos encontrar um contexto no qual nos enquadrarmos, ou pode ser que um contexto surja para que o vejamos.
Este aspecto costuma ser uma questão de nos sintonizarmos com aquilo que o mundo espera de nós, aquilo que ele exige ou o que é o mais óbvio de se fazer ou ser. Nessa crise de perspectivas, corremos o risco de nos perdermos, e precisamos ter clareza quanto ao que estamos procurando na vida. Tal como seu oposto, o semi-sextil minguante, este é um aspecto emergente, embora o contexto seja diferente. Aqui, precisamos ter auto-percepção suficiente para evitar entrar no ritmo de “maria-vai-com-as-outras”, pois, ao fazê-lo, estaremos confiando nas escolhas acertadas para os demais e, se todos estiverem seguindo uns aos outros, podemos acabar num lamaçal sem direção!

Mary Orser & Richard Zarro – Mudando seu destino – p. 155
Significado simbólico dos semi-sextis e quincôncios. Conexões dinâmicas, porém potencialmente estáveis, entre energias bastante diferentes, cada uma delas com sua importância específica. Focalização da visão.
Expressões harmoniosas dos semi-sextis e quincôncios.  Expresso o poder, os potenciais e dos dons dos semi-sextis e quincôncios: estou consciente e presto a devida atenção às energias contrastantes da minha vida, para que cada uma delas possa funcionar de maneira eficaz.

Charles E.O.Carter – Os aspectos astrológicos, p. 9:
O semi-sextil tem o caráter da II e XII, enquanto que o quincunce relaciona com VI e VIII Casas, tendo nítidas ligações com a saúde, com os acidentes, com as desgraças e com a morte.

Elman Bacher – Estúdios de Astrologia, Vol.IV, p. 54:
O quincunce é particularmente importante do ponto de vista alquímico; é o mais variável de todos os padrões de aspecto e é de importância primordial para todo estudo astrológico pertencente à “inércia contra a propulsão” na consciência. É o padrão de aspecto único que por si próprio ilustra a potencialidade alquímica que é estimulada em maneiras variáveis por ativações rítmicas.
(...)
Podemos considerar válida uma orbe de 8° para os cinco padrões de aspecto maiores, 6° para o quincunce e um máximo de 3° para os aspectos semi-sextil e semiquadratura.
(...)
O quincunce (exato 150°, cinco signos; por orbe 144° a 156°) é aspecto astrológico fascinante; é como uma “palheta de muitas cores”, um caleidoscópio e um camaleão tudo ao mesmo tempo. Inventaram-se vários símbolos gráficos para o quincunce; o autor sugere o seguinte: A combinação do símbolo semi-sextil com um vertical para baixo a partir do centro. Essas linhas corresponderiam aos signos de Áries, Aquário, Sagitário, Libra e Câncer do Grande Mandala, e o quadro que apresenta sugere uma flor aberta sobre um talo vertical. O quincunce é o único aspecto que representa a alquimia dentro de si mesmo porque os 150° de sua esfera exata estão focalizados principalmente pelos 90° da quadratura e os 60°  do sextil. Também implica as possibilidades da seguinte ordem de aspectos: Cinco semi-sextis, semi-sextil e trígono, trígono e semi-sextil, sextil e quadratura, quadratura e sextil. A seguinte fórmula pode ser aplicada a cada signo de partida:
Áries quincunce a Virgem.
Áries semi-sextil a Touro, Touro trígono a Virgem.
Áries trígono a Leão, Leão semi-sextil a Virgem.
Áries sextil a Gêmeos, Gêmeos quadrado a Virgem.
Áries quadrado a Câncer, Câncer sextil a Virgem.
Semi-sextis: Áries – Touro – Gêmeos – Câncer – Leão – Virgem.
Outra fórmula que representa o quincunce dentro do Grande Mandala é esta: Áries quincunce a Virgem. Escorpião quincunce a Áries. Virgem sextil a Escorpião.
Dois aspectos de quincunce que incluem um signo zodiacal particular somam o zodíaco inteiro quando se adicionam os 60° do sextil. Está demonstrado que toda “variação” de alquimia representada pelo conteúdo de cada aspecto de 150° tem regeneração autodirigida como nota-chave. Em outras palavras o grau de realização de perfeição implicada como potencialidade pelo quincunce torna-se possível somente através da própria regeneração. Sugerimos particularmente àqueles estudantes que ainda não “fizeram muito” com o aspecto de quincunce, que preparem uma tabulação completa das formas zodiacais para fixá-las na memória e usá-las na análise dos horóscopos. (Assim, está prometida uma considerável fluidez mental.) Requere-se uma compreensão mental incisiva e fluente dos fatores zodiacais para o estudo ou interpretação para o aspecto quincunce devido à grande variação que ele implica. Concentrar seu conhecimento e percepção do quincunce é ampliar automaticamente sua fluidez com todos os outros padrões de aspecto.
Para o uso astrológico prático, o quincunce é muito importante no estudo dos horários. Como aspecto natal ele representa uma potencialidade de variação alquímica; quando é estudado em termos de ativação ele revela uma ênfase periódica contínua que alterna os fatores ainda por regenerar-se com os fatores relativamente regenerados. Um exemplo simples:
o Sol a 15° Áries, quincunce com Saturno 15° Virgem;
15° Gêmeos: sextil ao Sol, quadrado com Saturno;
15º Câncer: quadrado ao Sol, sextil com Saturno;
15° Sagitário, trígono ao Sol, trígono com Saturno;
15° de Saturno, trígono ao Sol, quadrado com Saturno; [1]
15° Capricórnio: quadrado ao Sol, trígono com Saturno.
Os 150° de cada quincunce exato estão complementados zodiacalmente pelos restantes 210° que incluem uma dupla combinação de quadratura e trígono aos planetas natais em quincunce. Dentro da área de 150° devem empregar-se poderes sextílicos para regenerar as tendências da quadratura; na área de 210° usam-se poderes trígonos para transmutar as tendências da quadratura. No exemplo anterior do Sol e Saturno aparece que o desenvolvimento do poder e da habilidade executivos espiritualizados é o propósito do quincunce por experiências e treinamento em liderança, autonomia pessoal, cumprimento de responsabilidade no trabalho e o desenvolvimento do poder da paciência. Combinando as palavras-chaves espirituais essenciais pertencentes aos dois planetas de um aspecto de quincunce, o propósito espiritual ou evolutivo dos exercícios alquímicos pode ser discernido. A partir desta abordagem, pode-se ver claramente que o quincunce não é realmente um aspecto menor porque ele é um registro de oportunidade nesta vida para efetuar transmutações muito significativas na consciência. É como a armação de um edifício que, dependendo do que se ponha nele e de como se utilize esse equipamento, pode converter-se em uma palhoça ou num formoso palácio.



[1] Este está incompreensível, mas é o que diz o livro.

5 comentários:

  1. Meu nome é Ana Maria e tenho um Yod de Vênus no meu mapa. Vênus em quincunce com Júpiter e com Saturno e estes em sextil. Vênus se encontra na 12ª casa e Júpiter na 7ª e Saturno na Quinta. Será que você poderia me esclarecer isso? Ah, tem também na 12ª casa o sol em conjunção com Vênus, Plutão em conjunção com o sol. Tem na verdade, 5 planetas nesta casa.

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  2. Esqueci de falar que tenho o sol em Virgem e todos esses planetas na casa 12 estão em Virgem, ou seja, vênus, urano, plutão, sol e mercúrio.

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  3. Extraordinariamente esclarecedor! Muito obrigada

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